Numa época em que 60 mil pessoas viviam na capital catarinense e que bastava apenas uma ponte – a Hercílio Luz – para o ir e vir por terra, um grupo composto por 22 velejadores decidiu desligar-se do Iate Clube de Florianópolis e constituir uma nova agremiação. Surgia o Clube Veleiros da Ilha de Santa Catarina, a 1º de dezembro de 1942, com alguns barcos da classe Sharpie que podiam ser contados nos dedos. Ao longo dos anos mudou de nome, tornou-se o Iate Clube de Santa Catarina – Veleiros da Ilha (ICSC) e só fez crescer, tornando-se a maior agremiação náutica do estado. Hoje pertence a cerca de 700 sócios com 400 embarcações e é referência para o mundo náutico em um estado que soma 500 quilômetros de litoral.

Um dos impulsos para aquele pequeno grupo de homens do mar resolver criar um novo espaço parece ter sido o desejo de construir um barco da classe Sharpie, já que um dos velejadores, Ângelo Medeiros, tinha uma planta da embarcação. Os trabalhos começaram em uma sede emprestada por outro companheiro, Antônio Gomes Soares, na época um precário galpão voltado para a Baía Sul, onde hoje está o pátio aberto das lanchas. Além dessa construção, eles reformaram a antiga casa que ficava nos fundos do galpão e a transformaram em sede social.

Doze anos depois, a 3 de julho de 1954, o Veleiros da Ilha comprou o imóvel que há 12 anos lhe servia de sede. A partir daí começou uma intensa campanha para ampliar o número de sócios e a flotilha e impulsionar o crescimento do Clube. Pouco depois, a partir dos anos 60, foi possível construir uma moderna sede e amenizar a falta de espaço físico. Áreas vizinhas foram adquiridas e o Veleiros cresceu em direção ao mar.

Naquela época, era com os barcos Sharpie que os velejadores melhor se identificavam, conquistando muitas vitórias em nível nacional. Mas a classe foi sendo superada aos poucos, desaparecendo das Olimpíadas e dos Jogos Panamericanos, e os atletas do Clube passaram a ter bons resultados no país com o Snipe, a partir da década de 1970. Ainda nessa década, barcos Optimist, Laser e Hobie Cat começaram a fazer sucesso entre os sócios. As pescas oceânica e de trapiche eram grande destaque.

A mudança do nome ocorreu em reunião do Conselho Deliberativo de 3 de outubro de 1975, e então o Clube passou a manter intercâmbio com as grandes associações náuticas do país. Nos anos 1980, o pátio já estava repleto de monotipos, veleiros e lanchas de todos os portes. Também nos anos 80 foi adquirido o terreno de 4 mil metros quadrados para a construção da subsede da Praia de Jurerê, hoje com mais de 7 mil metros quadrados. Já a sede central está com mais de 22 mil metros quadrados. Em ambas as instalações, os sócios e seus familiares contam com uma infra-estrutura eficiente tanto para o lazer como para os esportes náuticos.

Referência: Livro “ Iate Clube de Santa Catarina- Veleiros da Ilha – Cinqüenta Anos de História” de Laura Machado Hubener, Rosângela Melo Machado, Joi Cletison Alves e Reinaldo Lindolfo Lohn e editado pela Universidade Federal de Santa Catarina.